Como condomínios residenciais devem se preparar para a black friday 2025

A Black Friday 2025 é uma das datas mais aguardadas do varejo mundial e, no Brasil, tornou-se sinônimo de consumo em larga escala e recordes de vendas. Tradicionalmente celebrada na última sexta-feira de novembro, o evento reúne promoções agressivas que impulsionam o comércio físico e, principalmente, o e-commerce, hoje responsável por grande parte do faturamento.

Em 2024, segundo dados da Neotrust, o e-commerce brasileiro movimentou R$ 9,3 bilhões durante o fim de semana da Black Friday, um crescimento de 10,5% em relação ao ano anterior. Foram 17,9 milhões de pedidos realizados online, e a tendência é que 2025 alcance um novo recorde, com projeções de R$ 13,3 bilhões em vendas digitais, de acordo com a ABComm.

Com esse aumento expressivo de compras, o reflexo é imediato nas portarias e áreas comuns dos condomínios: milhares de pacotes chegam em poucos dias, exigindo planejamento, organização e controle rigoroso.

Neste guia completo, você vai entender:

  • O impacto real da Black Friday na rotina dos condomínios brasileiros;
  • Quais são os maiores desafios enfrentados pelas equipes de portaria;
  • Estratégias práticas de organização, tecnologia e segurança;
  • Um checklist para preparar sua estrutura com antecedência;
  • E como transformar esse desafio sazonal em uma oportunidade de valorização e eficiência.

Pontos-chave

  1. Explosão de entregas: o volume de encomendas em condomínios durante a Black Friday pode dobrar ou até triplicar, exigindo estrutura e controle logístico.

  2. Sobrecarga operacional: porteiros e funcionários enfrentam picos de trabalho, com risco de atrasos, falhas de comunicação e extravio de pacotes.

  3. Tecnologia e planejamento: o uso de aplicativos de gestão, armários inteligentes e protocolos padronizados reduz falhas e aumenta a eficiência.

  4. Comunicação e regras claras: informar moradores, definir prazos e horários de retirada evita conflitos e mantém o fluxo de encomendas sob controle.

  5. Oportunidade de melhoria: uma gestão organizada durante a Black Friday reforça a imagem de eficiência e segurança do condomínio — e deixa um legado para o ano inteiro.

Dimensão e crescimento da Black Friday no Brasil

A Black Friday consolidou-se como uma das principais datas do varejo brasileiro, especialmente no comércio eletrônico. Os números recentes ilustram o peso crescente do evento: durante o fim de semana da Black Friday 2024, o e-commerce nacional movimentou cerca de R$ 9,3 bilhões em vendas online, um aumento de 10,5% em relação a 2023. Nesse período, foram realizados 17,9 milhões de pedidos pela internet, volume 13,1% superior ao do ano anterior. Para 2025, a expectativa é de um novo recorde, com projeções indicando R$ 13,34 bilhões em vendas online, crescimento de 14,7% sobre 2024. Esse avanço inclui um aumento no número de pedidos (estimados em 16,5 milhões de encomendas em 2025, contra 15,75 milhões em 2024), evidenciando que cada vez mais brasileiros aderem às compras virtuais nesse período.

Vale notar também mudanças no comportamento dos consumidores: muitos utilizam a Black Friday para antecipar as compras de Natal, aproveitando promoções para economizar com conveniência. Além disso, grandes varejistas ampliaram as ofertas para todo o mês de novembro (o chamado “Black November”), espalhando as compras ao longo de várias semanas. Ainda assim, o pico de transações concentra-se nos dias da Black Friday, causando um salto abrupto na demanda. Por exemplo, em 29 de novembro de 2024 (Black Friday), o volume de pedidos online chegou a ser 194% maior do que em um dia comum de agosto daquele ano.

Impacto logístico nos condomínios residenciais

O boom do e-commerce na Black Friday tem reflexos diretos nas rotinas dos condomínios residenciais. Todo esse aumento de compras se traduz em milhões de encomendas sendo entregues nos dias e semanas seguintes. Em condomínios, a portaria e as áreas de recebimento passam a lidar com uma enxurrada de pacotes chegando simultaneamente, muito acima do fluxo normal. Estudos de mercado apontam que, nesse período, o volume de entregas em um condomínio pode dobrar ou até triplicar em comparação a períodos comuns. Isso significa que sem uma preparação adequada, a recepção, o armazenamento e a distribuição de pacotes podem se tornar caóticos, comprometendo a segurança e a eficiência da gestão predial.

Durante a Black Friday, cenas de entregadores chegando com pilhas de caixas se tornam comuns nos prédios residenciais. O intenso fluxo de entregas pressiona a portaria, que precisa receber diversos volumes quase ao mesmo tempo, registrar entrada de transportadoras e acionar moradores para retirada. Esse acúmulo temporário de encomendas afeta também áreas de armazenamento: muitas vezes, o espaço disponível é insuficiente e pacotes começam a se acumular em cantos da portaria ou em salas improvisadas. A circulação interna do condomínio pode ser impactada se entregadores tiverem acesso às dependências – elevadores e corredores ficam mais movimentados, exigindo atenção redobrada para não atrapalhar os moradores.

Outra preocupação central é a segurança. O aumento no fluxo de entregadores e visitantes na Black Friday representa um desafio extra para o controle de acesso do condomínio. Se não houver um sistema eficiente de identificação e autorização, desconhecidos podem entrar com mais facilidade, aumentando o risco de furtos ou roubos nas dependências. Ao mesmo tempo, a sobrecarga de trabalho na portaria pode levar a descuidos nos protocolos de segurança, como deixar portas abertas ou não acompanhar devidamente a entrada de prestadores. Assim, o impacto logístico da Black Friday nos condomínios se manifesta em múltiplos aspectos, portarias sobrecarregadas, áreas comuns cheias de encomendas e a necessidade de manter o prédio seguro em meio a um vai-e-vem intenso.

Principais desafios durante o período de Black Friday

Diante desse cenário, os condomínios enfrentam uma série de desafios sazonais específicos na Black Friday. Entre os principais destacam-se:

  • Acúmulo de encomendas além do espaço disponível: O pico de compras resulta em grande volume de pacotes chegando simultaneamente, muitas vezes superando a capacidade de armazenamento da portaria ou do deposito de correspondências. Pacotes podem se empilhar no chão ou em locais improvisados, causando bagunça e dificultando a organização.
    Por exemplo, um condomínio de grande porte com 1.200 apartamentos pode receber cerca de 1.440 encomendas adicionais no mês da Black Friday, apenas em função das compras desse período. Esse excesso pressiona o espaço físico – portarias normalmente pequenas não comportam tamanha quantidade de caixas e pacotes, e demanda soluções criativas para evitar um cenário de desordem completa.

  • Sobrecarga da equipe de portaria e funcionários: O aumento exponencial de entregas significa muito mais trabalho para porteiros, zeladores e pessoal de segurança. Eles precisam receber, conferir, registrar e armazenar um número incomum de encomendas, além de notificar moradores – tudo isso sem negligenciar outras atribuições de rotina. Esse ritmo intenso leva facilmente à sobrecarga e ao estresse. Durante os períodos de Black Friday e festas de fim de ano, é comum que os funcionários fiquem sobrecarregados, elevando as chances de falhas no recebimento e na triagem das encomendas. A fatiga pode acarretar enganos (como trocar etiquetas ou entregar para o apartamento errado) e reduzir a atenção a procedimentos de segurança.

  • Falhas de comunicação e atrasos na retirada: Com dezenas (ou centenas) de pacotes chegando, manter todos os moradores informados prontamente sobre suas entregas torna-se desafiador. Em condomínios sem sistemas automatizados, o processo pode depender de ligações via interfone ou avisos manuais, o que é lento e sujeito a esquecimentos. Se a comunicação não for eficiente, encomendas ficam paradas por mais tempo na portaria aguardando retirada, agravando o acúmulo. Além disso, regras pouco claras ou desconhecidas pelos moradores – por exemplo, sobre horários ou locais de retirada – geram confusão e queixas. Esse cenário de comunicação falha pode criar atritos entre condôminos e administração, justamente em um momento de grande demanda.

  • Risco de extravio ou danos às encomendas: O amontoado de caixas e a possível falta de controle rigoroso aumentam as chances de pacotes serem perdidos, trocados ou até furtados. Sem um registro adequado, uma encomenda pode se extraviar sem que se identifique o responsável. Situações como atrasos ou desorganização na gestão dos pacotes podem levar até mesmo à perda de mercadorias, causando prejuízos tanto aos moradores quanto ao condomínio (que, em alguns casos, pode ser responsabilizado). Quanto mais tempo um pacote permanece na portaria sem ser retirado, maior o risco de acidentes (queda de volumes, avarias em itens frágeis) e de extravio. Isso representa não apenas um dano financeiro, mas também um abalo na confiança dos moradores na capacidade de gestão do condomínio.

Em conjunto, esses desafios podem resultar em reclamações generalizadas, insatisfação dos condôminos e até consequências jurídicas caso um item importante seja extraviado ou um incidente de segurança ocorra. Por isso, é fundamental reconhecê-los antecipadamente e adotar medidas para mitigá-los, conforme abordaremos a seguir.

Estratégias eficazes para mitigar os desafios

Para enfrentar o período da Black Friday com sucesso, planejamento e proatividade são essenciais. A seguir, listamos estratégias eficazes que os condomínios podem adotar para mitigar os desafios logísticos e operacionais:

  • Planejamento antecipado e alinhamento de processos: Antecipe-se ao pico de entregas. Reúna síndico, administradora e funcionários antes de novembro para planejar como será a operação especial. Alinhe os processos de recebimento e retirada: defina quem faz o quê em cada etapa (porteiro registra e armazena, zelador auxilia na organização, etc.). Considere ajustar escalas de trabalho ou contar com apoio extra nos dias de maior movimento. Um bom planejamento prévio, com funções claras e reforço de pessoal se necessário, evita improvisos de última hora. Com um planejamento robusto, a administração consegue manter a organização e a segurança, mesmo sob alta demanda.

  • Uso de tecnologias de gestão condominial e de entregas: Aproveitar a tecnologia pode fazer toda a diferença na Black Friday. Softwares e aplicativos de gestão de condomínios permitem registrar cada encomenda na chegada e notificar automaticamente o morador pelo celular em tempo real. Isso agiliza a comunicação e reduz a necessidade de chamadas por interfone. Algumas soluções incluem confirmação de retirada via assinatura digital ou QR code, garantindo rastreabilidade. Armários inteligentes (lockers) são outra ferramenta: o entregador deposita a encomenda em um compartimento seguro e o morador recebe uma senha para retirada sem precisar acionar o porteiro. Essas tecnologias trazem agilidade, transparência e praticidade tanto para os funcionários quanto para os condôminos, além de diminuírem o tempo de permanência das encomendas na portaria (menor chance de extravio).

  • Treinamento da equipe e protocolos padronizados: Preparar os funcionários do condomínio é crucial. Treine porteiros, zeladores e seguranças sobre os procedimentos específicos para o período: como registrar cada pacote (etiquetas, livro ou sistema digital), como armazenar corretamente (empilhar com cuidado, separar por unidade ou bloco), e como abordar moradores e entregadores. Estabeleça protocolos padronizados – por exemplo, sempre exigir documento e foto do entregador ao registrar a encomenda, ou usar formulário de controle para itens de alto valor. Oriente a equipe também sobre gerenciamento do tempo: priorizar entregas urgentes, evitar deixar a portaria desassistida enquanto organiza pacotes, etc. Com treinamento e instruções claras, reduz-se a margem de erro e todos sabem como agir mesmo sob pressão.

  • Ampliação ou reorganização temporária de espaços de armazenagem: Diante do provável boom de caixas, planeje uma área extra para guardar encomendas com segurança. Isso pode incluir montar prateleiras adicionais na sala de correspondência ou até destinar um salão de festas vazio ou sala multiuso, temporariamente, para depósito de pacotes volumosos. O importante é que o local seja fechado e monitorado (câmeras ou supervisão), garantindo proteção contra furtos. Avalie a logística: por exemplo, transferir periodicamente as encomendas da portaria para essa área de apoio em horários de menor movimento. Essa reorganização alivia a portaria e evita congestionamento. Designar um espaço dedicado e seguro garante que mesmo com alto volume os pacotes fiquem organizados e preservados. Após o período, esse espaço pode retornar ao uso normal ou continuar sendo usado se agregar valor.

  • Regras claras para retirada de encomendas e comunicação com moradores: Estabeleça e divulgue regras específicas para o período da Black Friday, de forma que moradores e funcionários estejam alinhados. Por exemplo: definir horários fixos de retirada (evitando perturbações de madrugada), locais de retirada (na portaria ou em sala designada) e procedimentos em caso de ausência do morador. Se necessário, convoque uma assembleia ou comunicado oficial para aprovar e informar essas regras antecipadamente. Deixe explícito se a portaria aceitará encomendas muito grandes (eletrodomésticos, móveis) ou se haverá restrições. Também comunique a importância de retirar as encomendas o quanto antes – moradores devem saber que a colaboração deles em buscar suas entregas rapidamente ajuda a manter a ordem. Use canais de comunicação do condomínio (circulares, grupo online, app) para enviar lembretes e orientações durante todo o período. Essa transparência evita mal-entendidos e faz com que todos estejam cientes de como proceder, reduzindo falhas de comunicação.

  • Melhoria dos controles de acesso e segurança no fluxo de entregadores: Em tempos de Black Friday, redobre os cuidados com a segurança. Instrua os porteiros a verificar a identificação de cada entregador e registrar entrada/saída, mesmo com a correria. Se possível, restrinja o acesso de entregadores apenas até a portaria ou hall de entrada – evitar que circulem desacompanhados pelos andares. Monte um esquema de controle de acesso: por exemplo, crachás de visitante para entregadores, ou acompanhamento por um funcionário quando precisam levar algo até uma unidade. Monitore as entradas com câmeras de segurança, sobretudo em áreas de recebimento, para inibir ações mal-intencionadas. Considere implementar um cadastro rápido de entregadores frequentes, anotando nome e RG na primeira vez para agilizar nas próximas visitas. Reforce à equipe que, apesar do volume alto de trabalho, a segurança dos moradores e das encomendas é prioridade – nenhuma entrega justifica pular etapas de controle. Com medidas adicionais, o condomínio evita que o alto fluxo de entregadores se torne brecha para incidentes de segurança.

Dicas práticas: checklist e cronograma de ação

Uma preparação bem estruturada passa não só por estratégias gerais, mas também por ações práticas com antecedência e pela gestão ativa durante o período crítico. Abaixo, sugerimos um cronograma de ação e checklist de medidas a serem tomadas antes e durante a Black Friday no condomínio:

Antes da Black Friday – Preparação antecipada

  • Atualizar cadastros e contatos: Certifique-se de que a lista de moradores e contatos de emergência esteja atualizada. Isso facilita a comunicação rápida sobre entregas (por exemplo, via aplicativo ou WhatsApp do condomínio). Verifique se todos os moradores já estão cadastrados no sistema de notificações (caso exista) ou informe os canais oficiais de aviso de encomendas.

  • Revisar e divulgar regras temporárias: Elabore um comunicado com as regras e recomendações para o período de Black Friday. Inclua orientações sobre horários de retirada, necessidade de apresentação de documento para retirar encomendas (se aplicável) e procedimentos para itens grandes ou entregas especiais. Distribua este comunicado no início de novembro, por escrito em murais e digitalmente, garantindo que chegue ao conhecimento de todos.

  • Organizar a infraestrutura de armazenamento: Dias antes da Black Friday, libere espaço na área de encomendas: remova objetos em desuso, finalize a entrega de correspondências antigas e prepare prateleiras ou mesas extras. Se for utilizar um salão ou sala de suporte, limpe e sinalize o local. Providencie também etiquetas, canetas, formulário de registro ou verifique o funcionamento do sistema digital de gerenciamento – os “ferramentais” para lidar com o volume extra devem estar a postos.

  • Reunir e treinar a equipe: Realize uma reunião com porteiros, zeladores, seguranças e demais envolvidos. Recapitule todos os procedimentos combinados, tire dúvidas e distribua funções. Reforce pontos críticos do treinamento (por exemplo: conferir identidade do entregador, como manusear encomendas frágeis, uso do app de registro, etc.). Ajuste escalas de trabalho se necessário para cobrir horários de pico – por exemplo, evitar folgas nos dias imediatamente pós-Black Friday, quando chegam muitas caixas. Todos devem iniciar o período cientes de seu papel e motivados a colaborar.

  • Contato com prestadores e fornecedores: Se o condomínio conta com alguma empresa terceirizada de portaria ou segurança, alinhe com eles o plano de ação (garantindo que substitutos também estejam treinados). Além disso, comunique-se com os moradores para que, caso esperem muitas encomendas de uma vez (mudança, móveis, etc.), avisem previamente a administração – isso ajuda a se programar para eventos fora do comum em meio ao turbilhão de entregas.

Durante a Black Friday – Execução e Monitoramento

  • Monitorar os picos de entregas diariamente: Nos dias mais críticos (especialmente quinta a segunda-feira da Black Friday), fique atento aos horários de pico – geralmente entre o fim da manhã e o meio da tarde. Nesses períodos, considere ter reforço na portaria (um funcionário extra ajudando a receber encomendas ou um zelador de prontidão para levar volumes para o depósito). Mantenha um registro em tempo real: conforme os volumes chegam, registre imediatamente no sistema ou planilha para não se perder nada.

  • Comunicar moradores em tempo real: Utilize os meios disponíveis para avisar prontamente cada morador sobre a chegada de sua encomenda. Se há aplicativo condominial, essa etapa é automática (continue acompanhando se todos os avisos estão sendo enviados). Caso contrário, adote uma rotina de enviar mensagens ou ligar logo após o recebimento. Lembretes gerais também são úteis: por exemplo, ao fim do dia enviar comunicado por e-mail ou no grupo dizendo “Retirem suas encomendas do dia, a portaria está com volume elevado”. Essa insistência educada incentiva retiradas rápidas e evita acúmulo.

  • Manter a organização do espaço de pacotes: À medida que caixas se acumulam, aplique a organização planejada. Separe-as por ordem de chegada ou por unidade, conforme definido, para facilitar entregas. Evite obstruir saídas ou passagem – se necessário, faça transferências periódicas das encomendas da portaria para o local temporário de armazenagem (por exemplo, a cada 2 horas, um funcionário leva o que já foi registrado para a sala de apoio). Tenha cuidado extra com volumes grandes ou pesados, posicionando-os de forma segura no chão (não empilhar além do estável). Uma área de recepção ordenada contribui para a segurança e rapidez na distribuição.

  • Reforçar o controle de acesso e vigilância: Mesmo na correria, não descuide da segurança. Mantenha a portaria trancada ou controlada – entregadores devem se identificar e aguardar autorização como de praxe. Se houver muitos ao mesmo tempo, atenda um por vez ou solicite que aguardem em fila do lado de fora, para não tumultuar internamente. A equipe deve permanecer vigilante: qualquer indivíduo estranho circulando deve ser abordado. Utilize o sistema de câmeras ativamente, acompanhando a movimentação nos pontos críticos. Em horários noturnos, redobre a atenção com entregas fora do comum (ex.: serviços de comida por app), garantindo que não sejam brechas para invasão.

  • Suporte e feedback contínuo à equipe: Durante o período, o síndico ou gestor deve estar disponível para apoiar os funcionários e resolver imprevistos. Passar na portaria com frequência, ajudar a priorizar tarefas ou chamar ajuda extra caso o volume saia do controle, faz diferença. Da mesma forma, colha feedback diário dos porteiros: houve algo que dificultou? Falta material (caixas, formulário)? Algum morador reclamou de procedimento? Faça pequenos ajustes em tempo real conforme necessário. Essa gestão próxima assegura que os planos se cumpram e mostra à equipe que todos estão engajados em conjunto.

Seguindo esse checklist, o condomínio conseguirá navegar pelos dias intensos da Black Friday de forma muito mais organizada, minimizando transtornos. Ao final do período, também é válido fazer um balanço interno, anotando pontos de melhoria para anos seguintes, o que contribui para um ciclo contínuo de aperfeiçoamento.

Transformando o desafio sazonal em oportunidade

Embora desafiadora, a Black Friday pode se tornar uma oportunidade de valorização e ganho de eficiência para o condomínio. Ao implementar todas as medidas citadas – planejamento, tecnologia, treinamento, infraestrutura e regras claras – a administração demonstra alto nível de profissionalismo e competência diante dos moradores. Um condomínio que atravessa o tumulto de entregas sem maiores problemas sinaliza que possui uma gestão diligente, o que aumenta a confiança dos condôminos e até agrega valor patrimonial (já que boa organização e segurança são qualidades apreciadas em um empreendimento residencial).

Em vez de enxergar a Black Friday apenas como uma “dor de cabeça” anual, os síndicos podem usá-la como catalisador de melhorias permanentes. Por exemplo, a adoção de um aplicativo de encomendas ou de armários inteligentes para atender à demanda sazonal deixa um legado que otimiza também o restante do ano. Da mesma forma, protocolos de recebimento eficientes implementados agora continuarão válidos para outras épocas de pico (como Natal e datas comemorativas) e mesmo no dia a dia normal. Cada lição aprendida no período – seja uma nova forma de etiquetar pacotes ou uma regra interna ajustada – contribui para processos mais ágil e seguros continuamente.

Além disso, o engajamento da comunidade condominial tende a crescer quando todos percebem os esforços para melhorar. Moradores que outrora ficariam frustrados com atrasos ou extravios, ao vivenciarem uma Black Friday bem administrada, passam a valorizar a organização do condomínio e a colaborar mais (respeitando regras, retirando entregas no prazo, etc.). Em outras palavras, transformar o desafio em oportunidade significa converter uma situação de risco em um diferencial positivo: a Black Friday deixa de ser sinônimo de caos e vira um teste anual de eficiência superado com sucesso.

Com planejamento, comunicação e investimento nas soluções certas, o condomínio não apenas evita problemas durante a Black Friday, como também consolida uma imagem de excelência operacional. Cuidar para que a Black Friday no condomínio seja bem conduzida mostra o profissionalismo da gestão condominial e a capacidade da equipe de trabalhar em prol dos moradores. Essa reputação de competência se reflete em melhor convivência, menos conflitos e um ambiente onde todos confiam que, mesmo nas situações mais desafiadoras, o condomínio está preparado. Em última instância, o período promocional deixa de ser visto apenas como um transtorno sazonal e passa a ser encarado como uma oportunidade de aprimoramento contínuo e valorização do empreendimento, beneficiando a todos os envolvidos.

Foto de Henrique Rusca

Henrique Rusca

CEO da Condolivre, fintech de soluções financeiras para o universo dos condomínios e soluções de crédito para cada parte do ecossistema das administradoras. Bacharel em Engenharia Elétrica e Ciência da Computação pela Duke University.
Foto de Henrique Rusca

Henrique Rusca

CEO da Condolivre, fintech de soluções financeiras para o universo dos condomínios e soluções de crédito para cada parte do ecossistema das administradoras. Bacharel em Engenharia Elétrica e Ciência da Computação pela Duke University.

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