Lei do Inquilinato: entrega das chaves

Lei do inquilinato – entrega das chaves: entenda as normas que regulam o processo de devolução do imóvel alugado ao proprietário ao final do contrato. Esse momento é crucial tanto para inquilinos quanto para locadores, pois envolve aspectos legais e prazos que precisam ser respeitados. Entender como funciona a entrega das chaves pode evitar conflitos e garantir uma transição tranquila.

Pontos-chave

  • Importância da entrega das chaves: A entrega das chaves é um momento crucial que oficializa a devolução do imóvel e deve ser bem compreendida por inquilinos e locadores.
  • Documentação necessária: O termo de entrega das chaves é essencial para formalizar a transição, garantindo que os direitos e deveres mútuos estejam registrados.
  • Obrigações do locatário: O inquilino deve notificar o locador com antecedência, entregar o imóvel em boas condições e quitar pendências financeiras para evitar complicações.
  • Aspectos legais: A Lei do Inquilinato orienta sobre as condições da entrega das chaves e determina que o imóvel deve ser devolvido sem danos além do desgaste normal.
  • Vistoria e laudo: Realizar uma vistoria detalhada antes da entrega é fundamental para documentar o estado do imóvel e evitar disputas futuras.
  • Consequências de irregularidades: Irregularidades na entrega podem resultar em ações judiciais ou cobranças indevidas, tornando essencial manter registros de toda a comunicação e documentação relacionada.

Como funciona a entrega das chaves?

A entrega das chaves é um ato formal que estabelece a transferência de posse de um imóvel. Este processo é crucial para iniciar a nova etapa do morador, seja um proprietário ou locatário. A clareza nesse momento garante que ambos estejam cientes das condições envolvidas.

Processo de entrega das chaves

O processo de entrega das chaves envolve a criação de um termo de entrega, essencial para formalizar a transição. Esse documento, geralmente elaborado pela construtora, imobiliária ou proprietário, contém informações detalhadas sobre o imóvel, como tipo, estado de conservação e eventuais pendências.

Além disso, a verificação das condições do imóvel durante a entrega é vital, pois assegura que tudo esteja conforme acordado. Frases claras e objetivas neste termo ajudam a prevenir mal-entendidos futuros entre as partes.

Em caso de disputas, o termo de entrega funcionará como um suporte legal. Familiarizar-se com o conteúdo e assegurar que ambas as partes assinem é essencial para uma conclusão harmoniosa do contrato de locação.

Lei do Inquilinato: entrega das chaves

Aspectos legais da entrega das chaves

Entender os aspectos legais da entrega das chaves é fundamental para evitar problemas na locação. A Lei do Inquilinato (Lei nº 8.245/1991) estabelece diretrizes que devem ser seguidas tanto por locadores quanto por locatários.

O que a lei do inquilinato diz?

A Lei do Inquilinato especifica que a entrega das chaves formaliza a transferência da posse do imóvel. Ao assinar o termo de entrega, você confirma a condição do espaço, evitando assim futuras disputas.

A devolução do imóvel deve ocorrer conforme o estado de recebimento, levando em conta o desgaste natural. Ao sair, você precisa garantir que o imóvel esteja sem danos além do uso regular, um ponto crucial definido pela lei. Se houver danos, pode haver deduções no depósito de segurança.

Prazos e custos relacionados

Os prazos para a devolução das chaves devem ser acordados no contrato. Normalmente, a entrega deve ocorrer no último dia do contrato, salvo acordos diferentes. Cumpra esses prazos para evitar a continuidade da cobrança de valores de aluguel.

Quanto aos custos, pense nos valores de eventuais reparos. Se o imóvel estiver danificado, você pode ser responsabilizado a arcar com os custos de restauração. Portanto, esteja preparado financeiramente.

Deveres do locatário na devolução de chaves

A devolução das chaves é um momento crítico no fim do contrato de locação. O locatário tem responsabilidades a cumprir para garantir uma transição tranquila.

Notificação de desocupação

Você deve notificar o locador, por escrito, com antecedência mínima de trinta dias. Essa notificação se torna essencial, especialmente se a desocupação ocorrer devido à transferência pelo empregador. O atraso nessa comunicação pode resultar em penalizações, então não ignore esse dever.

Situação do imóvel

Entregar o imóvel em boas condições é sua obrigação. O estado deve corresponder ao documento de vistoria apresentado ao recebê-lo. Em suma, a propriedade deve estar limpa e livre de danos. Caso contrário, você pode arcar com custos adicionais para correção dos problemas.

Pendências financeiras

É crucial quitar todas as pendências financeiras referentes à locação. Isso inclui aluguéis atrasados e possíveis dívidas relacionadas a serviços, como água e luz. O não pagamento pode resultar em multas ou deduções do depósito de segurança, onerando ainda mais seu orçamento. Mantenha registros claros de pagamentos para evitar quaisquer desentendimentos futuros.

Obrigações do proprietário

O proprietário deve observar várias obrigações ao entregar as chaves de um imóvel ao inquilino. Essas responsabilidades garantem uma relação justa e transparente entre as partes.

Acompanhamento da entrega das chaves

O acompanhamento da entrega das chaves é essencial. O termo de entrega deve ser elaborado de forma clara. Esse documento pode ser fornecido pela construtora, imobiliária ou pelo mesmo proprietário. Esse registro documenta o estado do imóvel no momento da entrega, evitando possíveis disputas futuras. Um acompanhamento rigoroso também deve incluir a verificação de chaves, acesso e itens que compõem o imóvel. Essa prática assegura que ambos os lados estejam cientes das condições do espaço.

Vistoria e Laudo de Entrega

A vistoria de entrada é um passo fundamental que precede a entrega. Nela, são anotados todos os danos e o estado geral do imóvel. O laudo gerado serve como proteção para ambas as partes. Ele deve incluir detalhes precisos sobre pisos, paredes, móveis e sistemas elétricos. Esse laudo minimiza a probabilidade de desentendimentos a respeito de reparos ao final do contrato. Ter um registro claro do estado do imóvel pode evitar implicações financeiras inesperadas. Portanto, é essencial não apenas realizar a vistoria, mas documentar tudo de forma meticulosa.

Consequências de irregularidades

Irregularidades na entrega das chaves podem gerar sérias consequências para ambos os lados. Compreender essas implicações é vital para proteger seus direitos e interesses.

Cobrança indevida

Cobranças indevidas de aluguel ocorrem quando o locador exige pagamento sem fundamento legal. Se isso acontecer, você, como locatário, pode ajuizar uma ação para contestar. A jurisprudência permite a cobrança de aluguel após a entrega das chaves, contanto que você tenha sido notificado e aceitado essa cobrança. Importante conservar todos os registros de comunicação e pagamentos, pois esses documentos podem ser essenciais em um eventual processo judicial.

Ação judicial

Caso ocorram irregularidades, a ação judicial é um recurso disponível. Você pode iniciar um processo contra o locador para reivindicar seus direitos. A irregularidade pode incluir não recebimento das chaves na data estipulada ou cobranças indevidas de aluguel. Nesse cenário, juntar provas como e-mails, mensagens ou até laudos de vistoria fortalece sua posição. A agilidade na ação pode impactar diretamente a resolução do conflito, portanto, age de forma rápida e eficiente.

Responsabilidade por reparos na entrega das chaves

Tipos de reparos obrigatórios na devolução

Ao entregar o imóvel, o locatário tem a responsabilidade de entregar o espaço em condições similares às que o recebeu, com exceção do desgaste natural pelo tempo. A Lei nº 8.245/91 especifica que o imóvel deve retornar em boas condições. Os reparos obrigatórios geralmente incluem:

  • Pintura: necessária apenas em caso de danos causados diretamente pelo locatário (manchas graves, riscos profundos ou marcas de móveis fixados nas paredes).
  • Danos elétricos: tomadas queimadas, interruptores quebrados, fiação danificada por uso inadequado.
  • Danos hidráulicos: torneiras quebradas, vazamentos provocados por mau uso, chuveiros ou descargas danificados.
Tipo de danoExemplo práticoObrigação de reparo
ElétricoTomadas queimadas por mau usoInquilino
HidráulicoTorneiras danificadas ou vazamentos causados por uso incorretoInquilino
PinturaMarcas profundas nas paredes por móveis fixadosInquilino
Desgaste naturalPiso desbotado, pintura envelhecida naturalmenteProprietário

Como diferenciar desgaste natural e danos provocados pelo inquilino

É fundamental saber diferenciar claramente o que é desgaste natural do uso do imóvel e o que caracteriza dano causado por negligência ou uso inadequado do locatário:

  • Desgaste natural: pintura envelhecida, pequenas marcas no piso, desgaste moderado de fechaduras.
  • Danos causados: buracos nas paredes, manchas profundas em carpetes, danos hidráulicos por negligência (como excesso de gordura nas tubulações).

A jurisprudência confirma que o inquilino não é obrigado a reparar danos decorrentes do desgaste natural, apenas os provenientes do mau uso ou negligência comprovada (art. 23 da Lei do Inquilinato).

Procedimento correto para solicitar reparos ou compensação financeira

Caso o proprietário encontre danos que vão além do desgaste natural, o procedimento correto envolve:

  • Realizar uma vistoria detalhada com laudo escrito e registro fotográfico.
  • Apresentar ao inquilino um orçamento formal, detalhando os reparos necessários.
  • Negociar o pagamento diretamente ou descontar do caução deixado no início do contrato.
  • Caso haja desacordo, comunicar por escrito e judicializar a questão em último caso, com base em orçamento de profissional habilitado.

O que fazer quando o proprietário recusa receber as chaves

Direitos do locatário em caso de negativa do proprietário

Se o proprietário se recusar a receber as chaves, o locatário tem direito assegurado por lei de depositá-las judicialmente por meio de uma ação chamada de consignação em pagamento. Isso encerra formalmente a obrigação contratual e impede cobranças indevidas futuras.

Como utilizar a consignação judicial das chaves (passo a passo)

Siga os passos abaixo para consignar as chaves judicialmente:

  1. Notifique formalmente o proprietário por escrito (carta registrada ou e-mail com confirmação).
  2. Aguarde o prazo razoável para resposta (geralmente 5 a 10 dias úteis).
  3. Caso não haja resposta, procure um advogado para ajuizar uma ação de consignação em pagamento.
  4. Deposite as chaves em juízo após abertura do processo.
  5. Comunique oficialmente o depósito ao proprietário através de intimação judicial.

Custos envolvidos na ação de consignação

A ação de consignação possui custos judiciais, podendo incluir:

DespesaValor aproximado
Custas processuais iniciaisCerca de R$ 200 a R$ 500
Honorários advocatíciosDe 10% a 20% do valor envolvido
Custos adicionais (intimações e notificações)Aproximadamente R$ 50 a R$ 150

Esses custos podem variar dependendo da região e do valor do imóvel envolvido.

Como calcular os custos finais antes da devolução das chaves

Checklist detalhado para cálculo das despesas finais (reformas, contas pendentes)

Antes da devolução das chaves, utilize esta lista detalhada para conferir custos pendentes:

  • Verificação de contas de luz, água, gás e internet.
  • Conferência de condomínio e IPTU.
  • Orçamento para pequenos reparos necessários (pintura, hidráulicos, elétricos).
  • Limpeza profissional, caso exigida contratualmente.
  • Confirmação da caução depositada no início do contrato.

Exemplos práticos de cálculos e simulações financeiras reais

Veja um exemplo prático do cálculo final:

ItemDescriçãoValor
ReparosPintura parcial (2 cômodos) e troca de 2 tomadasR$ 600
LimpezaServiço profissional de limpeza detalhadaR$ 250
CondomínioTaxa condominial referente ao último mêsR$ 450
Água e luzÚltimas contas pendentesR$ 300
TotalR$ 1.600

Se a caução inicial era de R$ 2.000, o proprietário devolve ao locatário o valor de R$ 400 após quitar os custos pendentes.

Dicas para evitar cobranças extras após a entrega

Para prevenir cobranças inesperadas:

  • Realize uma vistoria conjunta com proprietário e inquilino com registro fotográfico e assinatura mútua do laudo.
  • Documente por escrito qualquer acordo sobre despesas adicionais.
  • Mantenha cópias e recibos de pagamentos efetuados.
  • Utilize comunicação formal (e-mails registrados e cartas protocoladas) sempre que tratar de custos e pendências financeiras.

Esses cuidados garantem maior transparência no fechamento do contrato, protegendo ambas as partes contra cobranças indevidas ou conflitos posteriores.

A importância da vistoria fotográfica na entrega das chaves

Como realizar uma vistoria fotográfica correta (passo a passo)

  1. Planeje a vistoria: agende data com o proprietário e defina todos os cômodos a serem documentados.
  2. Compare com a vistoria inicial: tenha acesso ao termo de entrada para referência.
  3. Organize os registros: comece pelo hall, depois siga para sala, quartos, cozinha e áreas externas. Capturas de teto, paredes, pisos e instalações elétricas devem ser feitas.
  4. Detalhe cada foto: adicione data, local e breve descrição.
  5. Assine em conjunto: reúna locador e locatário para validar e assinar todos os registros.
    Esse processo segue práticas recomendadas por especialistas, como o Futuro Inquilino, e evita disputas judiciais, conforme decisão do TJ‑DF destacando a importância de documentação fotográfica para comprovar condições do imóvel.

Ferramentas e aplicativos recomendados

  • App Drivesnap: cria laudos com foto-captura, data e assinatura digital.
  • Habitissimo: permite adicionar descrições e exportar relatórios das condições do imóvel.
  • Notas visuais e Evernote: para organização e armazenamento das imagens e relatórios.
    Aplicativos como esses proporcionam segurança e facilidade para gerar relatórios completos com fotos datadas.

Como utilizar fotos em disputas judiciais e extrajudiciais

Fotos detalhadas funcionam como provas visuais robustas em processos judiciais. No TJ‑SP, decisões afirmam que imagens assinadas por ambas as partes são “prova cabal” de condições, eliminando alegações unilaterais de danos. O laudo fotográfico permite comprovar se o dano foi causado pelo locatário ou se é fruto do uso normal.

Multas por atraso na entrega das chaves

Como são calculadas as multas e juros

Em caso de atraso, o locatário pode ser responsabilizado conforme cláusulas previstas no contrato. Exemplos comuns incluem:

  • Multa compensatória: geralmente equivalente a 1 a 3 vezes o valor do aluguel, aplicada proporcionalmente ao período não cumprido.
  • Multa moratória: em média, 10% sobre o valor do aluguel em atraso, conforme jurisprudência e prática corrente.
  • Juros de mora: até 1% ao mês, conforme o artigo 4º da Lei do Inquilinato.
SituaçãoMulta padrãoJuros ao mês
Atraso na devolução (30 dias)1 reparo – 1x aluguel10% multa + 1% de juros
Atraso de 60 dias2 reparos – 1,5x aluguel10% multa + 2% de juros

Exemplo prático com valores reais

Aluguel mensal de R$ 1.500, multa de 10%, atraso de 30 dias gera:

  • Multa: R$ 150
  • Juros (1%): R$ 15
  • Total: R$ 1.665
    Se o atraso for de 60 dias, os juros sobre o prazo anterior resultam num total de R$ 1.680.

Como negociar e reduzir penalidades legalmente

Para reduzir prejuízos, o inquilino pode:

  • Propor pagamento parcelado da multa, negociando com o proprietário.
  • Solicitar isenção parcial da multa compensatória alegando boa-fé.
  • Utilizar o valor da caução para abater despesas, desde que haja prévia negociação.
    Sempre formalize qualquer acordo por escrito, para evitar cobranças suplementares posteriores.

Comunicação oficial na entrega das chaves

Formatos corretos de notificação

As formas aceitas pela legislação para notificar a entrega incluem:

  • Carta registrada com AR: comprovante oficial de envio e recebimento.
  • E-mail com confirmação de leitura: válido se previsto em contrato.
  • Registro em cartório (certa notificação): adequado para segurança jurídica máxima.

Como a comunicação oficial protege ambas as partes juridicamente

Documentar formalmente a data e condições da entrega das chaves impede alegações de inexistência do fato, evitando cobranças indevidas de aluguel e danos. Essa formalização ajuda o locatário a comprovar saída do imóvel e o locador a justificar eventuais custos que eventualmente venha a cobrar.

Exemplos reais e modelos de notificação

  • Modelo 1 – carta registrada: “Declaro que entrego hoje, //____, as chaves do imóvel situado à … em decorrência do encerramento contratual conforme notificações anteriores.”
  • Modelo 2 – e-mail formal: “Conforme aviso prévio, entrego hoje as chaves do imóvel … Anexo fotos e laudo de vistoria.”
  • Modelo 3 – via cartório: “Comunicamos, por meio desta via, que as chaves do imóvel … foram depositadas conforme decisão judicial (nº …), encerrando o contrato.”

Essas práticas garantem segurança jurídica e evitam penalidades indevidas após a entrega das chaves.


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Foto de Henrique Rusca

Henrique Rusca

CEO da Condolivre, fintech de soluções financeiras para o universo dos condomínios e soluções de crédito para cada parte do ecossistema das administradoras. Bacharel em Engenharia Elétrica e Ciência da Computação pela Duke University.
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